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A imperfeição é bela, a loucura é genial e é melhor ser absolutamente ridículo que absolutamente chato.

sexta-feira, julho 23, 2010

Atuante autor

      Não sou autor de nenhuma peça,de algum personagem,de qualquer suposta criação.Se pioneiro,não sei,talvez um cognome.Certamente um pseudonimo.
   Ator,mas não autor.Nãosou autor de desgraças, tragédias,lascívias, volúpias,crimes,assassinatos, julgamentos, conjulgações.Não sou autor de um amor,seus sabores e dissabores,sua sofreguidão feliz e sua eufórica tristeza.Não sou autor de paradoxos.Não sou inventor de sátiras,lirismo.sonetos,crônicas,críticas e suas alegorias.
 Não sou autor,ou mesmo poeta,a vagar breve em boêmias vielas exaltando ou praguejando a vida,ou mesmo poeta introspectivo.
  Não sou autor de teorias,sabedorias,sábias,ignorantes,ou mesmo medíocres.Nesse caso,sou receptor,reconstrutor.
  Não sou autor de prazeres,de desfrutadosparceiros,de estágios enamorados,e posteriormente munido de ódio.Não sou autor de indolência,negligências,ainda leves insolências,ociosidades.Não sou autor da saudade,digníssima atroz,nem da frieza,ou mesmo do que dizem maldade.
  Não sou autor de felicidades,beldades,esperanças,conquistas, derrotas,trejeitos,rejeitos, segurança, vulnerabilidade.
   Não sou autor de complexidades.
   Autor,finjo ser.
   Não sou um ator,mas uma vida.E essas atuações são frutos consequentes e inconsequentes desta.Ainda que não se saiba de fato o que é viver.Apenas que ser suposto autor é complemento da atuação viver.

domingo, julho 11, 2010

Corpos


     Na fluência dos corpos,os sonhos condenam,os ossos desdenham....
     Na fluência de dois corpos,o suor capta a essência,o ódio perde a crença,o poeta faz a sentença.


     No desequilíbrio dos corpos,os passos malandram,o trivial se dissipa,a culpa é mera carícia.
     No desequilíbrio de dois corpos,as mãos deslizam,os dedos acusam,os olhos agudos os medos recusam.


     No desejo dos corpos,o sangue faz o pacto da vitória,o método faz a posta,os sentidos formam a história.
     No desejo de dois corpos,o sangue à pele machuca,o afã a respiração afeta,a luta faz o ditado.
  
     Na rebelião dos corpos,a têmpora pulsa avulsa,a solidão faz a exaustão,o apoio cita a compulsão.
     Na rebelião de dois corpos,o instinto fascina,a ferocidade domina,a ânsia na pressa fatal vigia.


     No frenesi dos corpos,os órgãos encantam,a beleza seduz,a ira deduz.
     No frenesi de dois corpos,a confusão como fumaça possui,o coração rui,a tradução dos olhos esvanece.


     Na agonia dos corpos,a morte compensa,o julgamento cruel e infiel repensa.
     Na agonia de dois corpos,o sadismo contenta a alma que o contempla,a tortura,fiel,age.


     E a euforia,faz ruídos.