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A imperfeição é bela, a loucura é genial e é melhor ser absolutamente ridículo que absolutamente chato.

quarta-feira, novembro 03, 2010

Suposições

Não consigo imaginar o mais horrendo dentre os seres,tampouco o mais belo.Talvez seja alguma aversão ao perfeito,ou ao imperfeito;aliás,escolha difícil - vejo dor na escolha de extremos.Gosto de criar faces,e desmanchá-las,depois,já nem me lembro de qualquer indício de devaneio.Me divirto ao deturpar as  más poesias que escrevi e que releio meses depois em escárnio.Anseio sempre pela tessitura do que quer que possa ser ancorado numa vida qualquer que seja marcada apenas por ternura e leveza ... utopia.Não abandono jamais qualquer resquício de ideologia,de dúvida,ou até de algum suposto deus.Aprecio a arte criada do caos.Gosto de encarar a nudez dos olhos e os gestos dos corpos.Cumpro promessas.Não gosto de acalentar tristezas.

Ao contrário,conheço quem não possa sobreviver sem qualquer presença de exagero e é imanente deste.Há quem seja narcisista,e quem ame o feio,e execre o belo - relatividade.Há quem nem ao menos pensa em nada além de...um quesito indecifrável.Existe alguns muitos quem comente o estranho ato(aos meus olhos) de não admirar ou memo aceitar poesia - falta de entendimento?Gostaria de saber.Algumas pessoas não acreditam ne plenitude - pode ser que deixaram de sonhar - perigoso,ou não?Há quem não pense em vida,em seres,em evoluções,em política,em religiões - apenas tanto faz.Há quem não vê nada de artístico na arte,ou apresso algum.Assim como há os que dela se alimentam,uma vez que todos vivem de se vender.Há uem abdicou ao prazer leve da visão,da troca.Há quem negue sua honra.E que gosta de aniquilar surpresas.
Há ainda os aleatórios,em que nenhuma discrição é suficientemente cabível.

O que faz dos seres tão afáveis e tão despresíveis... senão eles próprios?O que nos faz atribuir vícios e virtudes,como passatempo até que seja chegado o então momento que,penso,cada um vive à espera,o momento de sua revelação,ainda que uma nunca se iguale a outra...Multilateral é a necessidade de apoio ao intrigar o que é nosso por natureza,o que roubamos,ou o que criamos...Filosofia pode ser e pode nunca ser um modo de sustentação;podemos descobrir ou descobrir ainda mais ignorância,o que me faz a nada aludir,e a tudo desejar aludir.Mas o que quero descobrir mesmo,em linguagem clara e sem rodeios,é o Homem ; o que há no homem,o que é o Homem - se há mesmo mistério,ou se tudo é achável na menor das simplicidades.Risco certo é o nunca descobrimento de qualquer destas questões,nada esclarecidas porém esclarecedoras.Graça aguma teria em descobrir qualquer coisa inicialmente impossível,mas por que não pensá-las?Como Homem gosto do perigo,e,numa referência a C.Lispector,cortar os próprios defeitos é perigoso - nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro ; no entanto,enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever.Ainda que esta escrita não se iguale à escrita dos grandes...pois que real prazer haveria em ser grande,e cobrado pela posteridade...