"Uma vaga noção de tudo, e um conhecimento de nada. Já dizia Chaplin…”
Coisas velhas:não existe campo dos malditos ou dos inocentes.Ninguém é prisioneiro,e ninguém jamais foi livre.E,velhíssimo fato,ninguém sabe o que realmente diz.Se é que há sentido no que se diz.Ninguém tem o mundo nas coisas ou vê arco-íris todos os dias.Embora todos carreguem nas costas o seu mundo e possui lá os seus arco-íris.É engraçada a relatividade.Ao menos eu o acho.Acho admirável o modo como as pessoas podem ser tão cheias e tão vazias,tão grandes e tão pequenas,tão amáveis e tão odiáveis,suspeitas e dignas de confiança...Já que,apesar da lógica,razão nenhuma possui a relatividade...
Eu nunca entendi o jogo dos humanitários e começo a entender os jogos sociais.É como um dogma que deve ser lembrado todos os dias sem que seus correligionários não te comam vivo.Jogo limpo,quando dá.Quando a necessidade bate forte nem se sente a rasteira dada nas e pelas pessoas que te olham nos olhos todos os dias e fingem se preocupar com suas constantes dores de cabeça.Sem dor na consciência.Provavelmente mais um jogo não tão limpo assim,mas sem viabilidade de pena.É que ímpetos de amor são menores que ímpetos de sobrevivência.Falando sério,agora.Quando não se tem nada sabendo que existe o tudo,solidariedade e bondade não deviam ser bom requisitos...mentira.Na verdade,são os maiores,os melhores,os mais suspeitos e mais necessários...Saber ser incrivelmente bom e incrivelmente compreensivo quando porcaria alguma olha para você com benevolência.Depois de acostumado,seu orgulho nem se dá conta de que existe.Só quando dá para parar para pensar...
Como animal terreno eu nem deveria pensar em civilização quando ela mesma zomba dos seus criadores.Mas raras são as vezes em que não dá para caracterizar o mundo como inóspito.Só se mantém por que assim o é,e,por enquanto,não há outra alternativa...aliás,que novidade,não haver alternativas.
Grandes esperanças?Vejo pessoas jogando-as por cima dos ombros curvados de cansaço no fim de todos os dias.E sem qualquer remorsos,embora transparecendo pesar em ter que criar novidades para si e para os outros dias.Pessoas que precisam de solidão e outras que necessitam desesperadamente de um ombro quente antes que esqueçam o significado do que é calor.Eu vejo,sinto,pressinto,farejo;sem dificuldade alguma.Está estampado em todos os rostos,gravado nos trejeitos dos corpos.
E essas pessoas se envergonham das próprias lágrimas,das próprias debilidades...não por si,mas pelos outros.E ninguém deveria envergonhar-se das próprias lágrimas...
Fraca vontade,não debilidade.Ou debilidade,e não fraca vontade?