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A imperfeição é bela, a loucura é genial e é melhor ser absolutamente ridículo que absolutamente chato.

terça-feira, dezembro 28, 2010

Conclusões

   De repente,simplesmente percebi que viver não era nada daquilo.
   Nada de facilidades para os sonhos.Nada de certezas,mas ideias especulativas.Nada de condolências - havendo ou não havendo mortos.Congratulações,nem por merecer.Comemorações,só por merecer demais.
   Amanhã direi as mesmas coisas,provarei dos mesmos remorsos,compartilharei a mesma aparente calma,experimentarei as mesmas frequências,praguejarei as mesmas frustrações,sustentarei os mesmos vícios.ouvirei as mesmas músicas,embora não beija as mesmas faces, nem ao menos diga olá para os mesmos rostos.
   Em compensação,se viver não era nada daquilo,descobri que já não murmurava o costumeiro 'eu...eu' , como parte imanável de mim.E que dizer 'eu' pode ser tão singelo quanto dizer 'você'´, 'nós'.E que escrever 'eu' , apesar de colocar o individualismo em questão,felizmente não faz parecer querer colocar minha opinião como suprema.
   Com algum ou nenhum choque,nada de belos e malditos,nada de igualdade/liberdade/fraternidade,Pársagada alguma,globalização sólida alguma (com um tanto de exagero,devo dizer).Apenas loucos e santos,jovens e velhos,singulares ou plurais - mas todos sempre esperançosos.
Aliás,o tempo sempre ensinando a não perder as esperanças.Porém,não confiá-las demais,são vaidosas,e mesquinhas.
E mais:não há dor que venha sozinha,arrasta com si um multirão.Mas te deixa sempre querendo estar sozinho.
   Mas a vida deve saber de algo que nós mesmos não sabemos - por isso a moralidade do continuar,do não pestanejar,do superar - absorvendo a normalidade do cotidiano,tentando abstrair algo de seu disperso conteúdo humano,que o faz mais afável de ser vivido.
   E,dia por dia,descobrir que não há nada no lugar,nada correto,nada direito,mas o que fazer? - devemos calar.
À espera de um milagre,uma sinalização,um gesto banal que,quem sabe,pode vir a fazer toda a diferença  - até que,há,nada disso existe,percebe-se.Vaidade da esperança,mais e mais vezes.Deus então parece não ser de grandes delicadeza.É duro,dá a quem merece,faz por quem faz.Mas os desamparados são os que mais precisam de uma mão.Surgem então os questionamentos de fé.E perde-se a .Mas percebe-se então,num dos muitos repentes que,pela simples e aristocrata condição de humano quase nunca dá mesmo pra perder a fé.Fazer o quê,mais uma 'burocracia da alma'.
   Pelas alegrias da vida o preço é tão caro,e,os impostos,nada avaliativos.Dá pra pensar então que dava pra ser mais feliz se continuássemos como meros infelizes,à espera contínua de uma felicidade suprema  e gratuita,um furor de amor e euforias,daqueles de afetar os passantes.Mas não cede a sensação de pagar o preço,vai que vale a pena...E isto é render-se...Afinal, dá pra pagar em prestações,pré-datado,com prazo...Mas não sem juros.Se tudo sair pelo avesso,paga-se com o arrependimento,com o remorso.Daqueles bem corrosivos.
   Dá pra pensar então que era melhor aquela vidinha do passado,que a gente sempre lembra com uma pontada nostálgica no estômago,lamentando não voltar,aqueles tempos imaginários,onde havia o rei,que era bedel,e era também juiz...e,que,pela sua lei,a gente era obrigado a ser feliz...afinal,no tempo da maldade a gente nem tinha nascido...
Mas todo mundo nasceu no tempo da maldade.Qual tempo existiu que não havia maldade?Todo tempo é tempo de maldade,todo dia é dia pra maldade.Porém todo minuto tem espaço pra bondade.e é ainda que o mundo inteiro acredita na benevolência,fazendo supostas benevolências...Divagando é que se encontra o que nunca passou a ser perdido - porém desejado.
Feliz os tempos em que todos sabiam fazer poemas.
   E é nesse ciclo tão louco e nada eloquente que o mundo vai se arrumando,por ora se desordenando,e arrumando e desodernando todo mundo junto.
Enfim,há os que cansaram de ser metódicos,e de querer não sofrer,de querer não envelhecer.E os que começam a ser metódicos,ou que foram sempre o foram e assim continuarão,os que não querem sofrer,e que nem pensam em envelhecer.e todos vão se acostumando,mal,ou bem,mesmo sem ditar o ritmo,apenas tentando dançar de acordo com a música,que é inconstante e inovadora.
Dançando com lobos,e dando beijos carinhosos em suas faces.


*
Taí,entrei na onda do ano novo,afinal de nada me custa dá uma olhada conclusiva no que se viveu...É,estou perdendo o senso do contra.


*
Última postagem do ano,e,ano que vem,pretendo voltar com nome um layout e nome novo para o blog,e fazer uma limpeza em postagens que já não colam mais."Divergências" já não dá mais,considerando que já mudei vários aspectos referentes a isso,então devo batizá-lo com meu nome mesmo,o que é menos pretenso.


*
E,no mais,boas festas e ótimo revéillon...e tudo que desejar,já que desejar alguma coisa pra alguém pode ser difícil.
Abraços!

sábado, dezembro 18, 2010

Desafio dos 7 e prêmio Dardos

Desafio dos 7

-7 coisas que pretendo fazer antes de morrer:
  • Passar no concurso do Instituto Rio Branco;
  • Terminar um livro,talvez;
  • Conviver somente com pessoas 'habitadas';
  • Viajar dirigindo por uns tempos,sem destino;
  • Sentir falta inconsolável de alguém;
  • Aprender a tocar piano;
  • aprender a curtir minha década,rs;
-7 coisas que mais digo:
  • Não é preguiça,é pouca vontade;
  • Viu meu chinelo?;
  • Me deixa dormir;
  • O resto é resto;
  • Não sei;
  • Boa pergunta;
  • É trash;
-7 coisas que faço bem:
  • Bebo;
  • Fico calada;
  • Insisto na discussão;
  • Finjo que presto atenção;
  • Fingir surpresa;
  • Inventar;
  • Dormir 13 horas diretas (conta?)
-7 defeitos
  • Sarcasmo/ironia em excesso;
  • Sinceridade demais na hora errada;
  • Falar o que eu penso;
  • Não falar o que eu penso;
  • Ser  indecisa demaais;
  • Racional demais;
  • Ser seempre do contra;
-7 qualidades
  • Fidelidade,sempre;
  • Sinceridade;
  • Crítica (é uma qualidade...);
  • Equilibrada;
  • Forte,sempre aparentando tranquilidade;
  • Produtiva;
  • Ter bom senso;
-7 coisas que amo:
  • Ler;
  • Escrever;
  • Ver filmes;
  • Solidão;
  • Companhias certas;
  • Viajar;
  • Muuita música;
-7 pessoas que indico:
Proposto por Sara Roosevelt ,do blog faces e fases,grande blog,que indico.O desafio foi melhor do que eu esperava!


Prêmio Dardos

"Prêmio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras."
E,para que este reconhecimento permaneça contínuo,é pedido aos premiados que sigam as seguintes propostas:

• Você deve exibir a imagem do selo em seu blog;
• Você deve linkar o blog pelo qual você recebeu a indicação;
• Escolher outros blogs a quem entregar o Prêmio Dardos;
• Avisar os indicados.
Meus indicados:
Indicado por:Ariane Figueira ,obrigada!

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Clarice

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."   
   


Nunca gostei muito de homenagens póstumas,porém,quando se fala de Clarice Lispector,é mais que merecido,quase necessário.Ao invés de escrever na data de sua morte,9 de dezembro,optei por escrever na data de seu aniversário,10 de dezembro.


Clarice foi, sem sombra de dúvidas uma das escritoras (se não a ) mais singulares da literatura brasileira, contando ainda com grande prestígio internacional.Nascida na ucrânia,posteriormente vindo para o Brasil,formada em Direito,com primeiro romance publicado aos 19 anos,casada com um diplomata(razão pela qual morou vários anos no exterior),mãe,mito em vida ; retratou o universo introspectivo de modo nunca visto antes - baseando-se em fatos cotidianos banais ou  simples,corriqueiros,abrangendo o mundo não como universo material,mas com o pensamento do homem como principal fator universal,vital,móvel,criador.
Aparentemente um tanto fragmentadas,suas obras,vistas de modo geral formam uma linearidade clara,límpida,e,principalmente,imortalizada a cada geração.


Abaixo,alguns trechos de Clarice,aleatoriamente escolhidos.


“Atrás do pensamento atinjo um estado. Recuso-me a dividi-lo em palavras - e o que não posso e não quero exprimir fica sendo o mais secreto dos meus segredos.”


"Brasília…Uma prisão ao ar livre."


"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca."



"Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.
Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calmo e perdôo logo.
Não esqueço nunca.
Mas há poucas coisas de que eu me lembre."



"Mas quero ter a liberdade de dizer coisas sem nexo como profunda forma de te atingir. Só o errado me atrai, e amo o pecado, a flor do pecado"


"Me deram um nome e me alienaram de mim"


"Sempre conservei uma aspa à esquerda e à direita de mim"


"- Ela é tão livre que um dia será presa.
- Presa por quê?
- Por excesso de liberdade.
- Mas essa liberdade é inocente?
- É. Até mesmo ingênua.
- Então por que a prisão?
- Porque a liberdade ofende."



"Talvez a pergunta vazia fosse apenas para que um dia alguém não viesse a dizer que ela nem ao menos havia perguntado. Por falta de quem lhe respondesse ela mesma parecia se ter respondido: é assim porque é assim."

"Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse sempre a novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias."

"Sou cada pedaço infernal de mim."

"E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa que eles precisam."

"As pessoas mais felizes não
têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das
oportunidades que aparecem
em seus caminhos.
A felicidade aparece para
aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam
e tentam sempre."

"Sou feliz na hora errada. Infeliz quando todos dançam. Me disseram que os aleijados se rejubilam assim como me disseram que os cegos se alegram. É que os infelizes se compensam."

"Quando penso no que já vivi me parece que fui deixando meus corpos pelo caminho."

"Cada pessoa é um mundo. Cada pessoa tem sua própria chave e a dos outros nada resolve, só se olha para o mundo alheio por distração, por interesse, por qualquer outro sentimento que sobre nada e que nos é vital, o 'mal de muitos' é consolo, mas não é solução."

"... A nossa vida é truculenta:
nasce-se com sangue
e com sangue corta-se a união
que é o cordão umbilical.
E quantos morrem com sangue.
É preciso acreditar no sangue
como parte de nossa vida.
A truculência.
É amor também. (Nossa truculência)"

"Minha orgia na verdade vinha de meu puritanismo: o prazer me ofendia, e da ofensa eu fazia prazer maior."

"Exagerada toda a vida: minhas paixões são ardentes; minhas dores de cotovelo, de querer morrer; louca do tipo desvairada; briguenta de tô de mal pra sempre; durmo treze horas seguidas; meus amigos são semi-irmãos; meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos."




P.S - Apesar da homenagem corrida e bem simples,simplesmente não há como querer não falar de Clarice.

quarta-feira, novembro 03, 2010

Suposições

Não consigo imaginar o mais horrendo dentre os seres,tampouco o mais belo.Talvez seja alguma aversão ao perfeito,ou ao imperfeito;aliás,escolha difícil - vejo dor na escolha de extremos.Gosto de criar faces,e desmanchá-las,depois,já nem me lembro de qualquer indício de devaneio.Me divirto ao deturpar as  más poesias que escrevi e que releio meses depois em escárnio.Anseio sempre pela tessitura do que quer que possa ser ancorado numa vida qualquer que seja marcada apenas por ternura e leveza ... utopia.Não abandono jamais qualquer resquício de ideologia,de dúvida,ou até de algum suposto deus.Aprecio a arte criada do caos.Gosto de encarar a nudez dos olhos e os gestos dos corpos.Cumpro promessas.Não gosto de acalentar tristezas.

Ao contrário,conheço quem não possa sobreviver sem qualquer presença de exagero e é imanente deste.Há quem seja narcisista,e quem ame o feio,e execre o belo - relatividade.Há quem nem ao menos pensa em nada além de...um quesito indecifrável.Existe alguns muitos quem comente o estranho ato(aos meus olhos) de não admirar ou memo aceitar poesia - falta de entendimento?Gostaria de saber.Algumas pessoas não acreditam ne plenitude - pode ser que deixaram de sonhar - perigoso,ou não?Há quem não pense em vida,em seres,em evoluções,em política,em religiões - apenas tanto faz.Há quem não vê nada de artístico na arte,ou apresso algum.Assim como há os que dela se alimentam,uma vez que todos vivem de se vender.Há uem abdicou ao prazer leve da visão,da troca.Há quem negue sua honra.E que gosta de aniquilar surpresas.
Há ainda os aleatórios,em que nenhuma discrição é suficientemente cabível.

O que faz dos seres tão afáveis e tão despresíveis... senão eles próprios?O que nos faz atribuir vícios e virtudes,como passatempo até que seja chegado o então momento que,penso,cada um vive à espera,o momento de sua revelação,ainda que uma nunca se iguale a outra...Multilateral é a necessidade de apoio ao intrigar o que é nosso por natureza,o que roubamos,ou o que criamos...Filosofia pode ser e pode nunca ser um modo de sustentação;podemos descobrir ou descobrir ainda mais ignorância,o que me faz a nada aludir,e a tudo desejar aludir.Mas o que quero descobrir mesmo,em linguagem clara e sem rodeios,é o Homem ; o que há no homem,o que é o Homem - se há mesmo mistério,ou se tudo é achável na menor das simplicidades.Risco certo é o nunca descobrimento de qualquer destas questões,nada esclarecidas porém esclarecedoras.Graça aguma teria em descobrir qualquer coisa inicialmente impossível,mas por que não pensá-las?Como Homem gosto do perigo,e,numa referência a C.Lispector,cortar os próprios defeitos é perigoso - nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro ; no entanto,enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever.Ainda que esta escrita não se iguale à escrita dos grandes...pois que real prazer haveria em ser grande,e cobrado pela posteridade...


quarta-feira, setembro 15, 2010

Fatiga


Se é vida,não há mesmo por que deixar de ser...


 Mas que ânsia é essa,que vigia,acusando esse pudor que conservo,e, sem destreza,não nego;

É que esse ar envenenado,cria-me faces,e não me movo,por medo de safar-me.

Fora de qualquer alusão,repreendo-me genuínamente,por vergonha de acreditar
de insistir,de olhar,de velar,demonstrar,ou de beijar cheio de fatiga os olhos e lábios teus.

Mas algo é certo,contesto,nós não merecemos a tristeza que atribuímos a este mundo.


segunda-feira, setembro 06, 2010

Misantropia


    As madrugadas ébrias...

    Uma luxúria musical hilariante,composta por uma sequência de instintos próprios tão conjuradamente fortes,que produzia leve e determinado medo do esvanecimento da capacidade de raciocínio,por falta de meditação...

    Um gosto acre na boca,que não combinava nem com a docilidade da vida e nem com a fulgacidade de desejos de posse,obsessão,projeção...

    E o som,ah,o som - que era mesmo de instintos,e apenas instintos,tão soltos e gozadores de liberdade tais como cavalos selvagens....

    Ah,um mundo de sensações...entorpecentes,claro...

    As peles de tons fugídios que conservavam a aparência estética de transcedência lúcida por todas as águas claras habitadas por seres lúdicos e primórdios...

    Pioneiros gritaram pela rendição,desta vez dos instintos,únicos sobreviventes...Libertação?Coro de concordância!

    A agressão aos sentidos?Tomou formas jamais esquivas de equívocos e inequívocos...

    Os corpos como esculturas vivas em movimentos de chicotes faziam uma digna entonação quase teatral(se não fosse a nua presnça da realidade...)

    Incomensuravelmente antimonotomia e misantropo...Exagerado!

    Alcançado na rendição a transcendental meta;a alma vívida fora dos corpos,instintos arrebatados,o exaurir físico depois da luta por vida,ou além vida - Belo e Profundo Adormecer.

domingo, agosto 29, 2010

Falácias...?




Poesia?
Não,não há!
Paisagem natural?
Não há!
O verde se tornou concreto.
Musa inspiradora?
Não há!
O belo tornou-se superficial.
Amor à pátria?
Não há!
O sociedade comprou o sentimento.
Defender ideais?
Não,não dá!
Os que assim fazem estão sendo condenados - e desaparecendo.
Covardia?
Talvez!
Sobrevivência?
Talvez.
Mas não falta tudo,falta coragem.
Poesia?
Sim,ainda há.
ainda que não se saiba exatamente onde encontrar.

sábado, agosto 21, 2010

Woodstock:Sexo,drogas e rock n roll reproduzidos no Brasil



      
      Todo mundo sabe que,depois de quarenta anos,foi o festival mais psicodélico de todos,assim como um dos mais invejados pelas gerações posteriores,inclusive a atual,com todas esses 'sucessos' que assolam nossa comtemporaneidade...

    Normalidade foi um tema totalmente excluído do primeiro e grande woodstock - parece impossível  alguém ter mantido sã consciência por mais de três minutos,sem exageros.Um festival de essência puramente rebelde a favor da paz.

    E,depois de fracassadas tentativas de reprodução,veremos mais uma,desta vez no Brasil.Woodstock,com sexo,drogas e rock n roll no Brasil.Além de interessante,achei também um tanto estranho,já que o Brasil não pode ser considerado um dos países mais bem musicalisados do mundo...

   Entre as  atrações cotadas para o festival ,que acontecerá nos dias 7,8,e 9 de outubro,na Fazenda Maeda, em Itu(cerca de 100 km de São Paulo),estão:Foo Fighters, Bob Dylan, Smashing Pumpkins, Rage Against The Machine, Pearl Jam e Limp Bizkit,e ainda,quase confirmadas,Green Day e Linkin Park.

   Apesar de não ter grande admiração pela maioria das bandas,a provável participação de Grenn Day e LInkin Park me pareceram bastante deslocadas .Um festival pela paz,e o que Billie Joe e companheiros andam dizendo,ou melhor,tentando cantar por aí,é bem contraditório ao tema: "Tem que conhecer o inimigo (certo?) / A violência é uma energia / Bem, a violência é uma energia (certo?)" e "A rebelião vai explodir" ,"Então me dê, me dê revolução!"....E Linkin Park,faz uso de letras banais como "Eu estou cansado de ser o que você quer que eu seja" , "Você não consegue ver que está me oprimindo?" e "Preso na ressaca, simplesmente preso na ressaca"(ao menos a última combina com o festival).

   Resta esperar,e ver qual a repercussão do Woodstock brasileiro,que,exatamente por isso é o festival das diversidades...e veremos tambén para onde vai a utopia "sexo,drogas e rock n roll".

Abaixo,algumas das melhores e mais características fotos  do real festival de Woodstock:





                                                                      






sexta-feira, julho 23, 2010

Atuante autor

      Não sou autor de nenhuma peça,de algum personagem,de qualquer suposta criação.Se pioneiro,não sei,talvez um cognome.Certamente um pseudonimo.
   Ator,mas não autor.Nãosou autor de desgraças, tragédias,lascívias, volúpias,crimes,assassinatos, julgamentos, conjulgações.Não sou autor de um amor,seus sabores e dissabores,sua sofreguidão feliz e sua eufórica tristeza.Não sou autor de paradoxos.Não sou inventor de sátiras,lirismo.sonetos,crônicas,críticas e suas alegorias.
 Não sou autor,ou mesmo poeta,a vagar breve em boêmias vielas exaltando ou praguejando a vida,ou mesmo poeta introspectivo.
  Não sou autor de teorias,sabedorias,sábias,ignorantes,ou mesmo medíocres.Nesse caso,sou receptor,reconstrutor.
  Não sou autor de prazeres,de desfrutadosparceiros,de estágios enamorados,e posteriormente munido de ódio.Não sou autor de indolência,negligências,ainda leves insolências,ociosidades.Não sou autor da saudade,digníssima atroz,nem da frieza,ou mesmo do que dizem maldade.
  Não sou autor de felicidades,beldades,esperanças,conquistas, derrotas,trejeitos,rejeitos, segurança, vulnerabilidade.
   Não sou autor de complexidades.
   Autor,finjo ser.
   Não sou um ator,mas uma vida.E essas atuações são frutos consequentes e inconsequentes desta.Ainda que não se saiba de fato o que é viver.Apenas que ser suposto autor é complemento da atuação viver.

domingo, julho 11, 2010

Corpos


     Na fluência dos corpos,os sonhos condenam,os ossos desdenham....
     Na fluência de dois corpos,o suor capta a essência,o ódio perde a crença,o poeta faz a sentença.


     No desequilíbrio dos corpos,os passos malandram,o trivial se dissipa,a culpa é mera carícia.
     No desequilíbrio de dois corpos,as mãos deslizam,os dedos acusam,os olhos agudos os medos recusam.


     No desejo dos corpos,o sangue faz o pacto da vitória,o método faz a posta,os sentidos formam a história.
     No desejo de dois corpos,o sangue à pele machuca,o afã a respiração afeta,a luta faz o ditado.
  
     Na rebelião dos corpos,a têmpora pulsa avulsa,a solidão faz a exaustão,o apoio cita a compulsão.
     Na rebelião de dois corpos,o instinto fascina,a ferocidade domina,a ânsia na pressa fatal vigia.


     No frenesi dos corpos,os órgãos encantam,a beleza seduz,a ira deduz.
     No frenesi de dois corpos,a confusão como fumaça possui,o coração rui,a tradução dos olhos esvanece.


     Na agonia dos corpos,a morte compensa,o julgamento cruel e infiel repensa.
     Na agonia de dois corpos,o sadismo contenta a alma que o contempla,a tortura,fiel,age.


     E a euforia,faz ruídos.

quarta-feira, junho 02, 2010

Vilania


      Que espécie de criador dera-na o prazer da vilania?
    E qual tão bela falácia atribuira aos seus olhos e mãos que fizera sustentar o orgulho conservado pelos seres mais fétidos,e,de repente,fétida?
    Quisera,inegavelmente,ser uma criação de seus próprios olhos e mente desequilibrada.Face altiva,leveza negligente,irradiando naturalidade,inteligência intocável - momentos os quais nada existia além de seus risos e focos.Concentração,verdadeira.Um digno anjo torto,capitalista adorada.
    Entretanto,o que acontecera com a verdade,nua,a qual,fora ouvido,ela não temera jamais?Debilidade,e não fraca vontade.Uma venda à tão execrada sociedade.E ainda tentando ser imparcial.Tolices,inevitáveis verdades.Fraquezas.
    Pagar por essa integridade reversível,porém,parecera a parte menos cruel...no final,dispensável.Fim da farsa,começo da nostalgia,retorno.Não desta vez.
    Descobrira que a personagem ficara em si.Honestamente,nada de personagens,de alter-ego.Afinal,fora designada pela...perfeição.Que fique entrelinhas,esse rótulo longe de ser desejado.Desejava ser suficiente.Mas sua suficiência era pelos outros definida como perfeição.
   O que fora a perfeição...Os deuses pensaram-na,não obstante nem eles a descobriram.
    Começara a pensar que falha não era ela;era a sociedade.Engano mesquinho.Pelo menos dessa vez afimaria a ousadia desmedida e as deficiências ainda não cicatrizadas.Na verdade,restam quelóides.
     No desfecho,embora não no fim,a realização,ainda que imcompleta.Valera a pena a frieza e construções desmedidas.Apesar do inicial remorso,descobrira-se,defeituosa,incomum,incompleta,quase ridícula,divergente.
    No entanto,percebera que os normalizados defeitos eram suas qualidades,por assim dizer.E amava a imperfeição,em toda sua essência.Se deus fora perfeito,o desprezava.Perfeita Imperfeição.Descobrira que a personagem era ela,a sua verdade odiada,não a crição,mas o anonimato.
   Não mais falácia,concretização.
    Maldita vilania.Bela vilania.

sexta-feira, abril 30, 2010

Condolências


   Se a morte possuísse uma forma extremamente bela,ao invés de atordoar-nos a desgraça,talvez a sua nudez não seria tão púdica.
          Se possível deixar o mundo carnal de modo que nossas vistas sentissem a beleza de um inevitável instinto de sutileza simétrica por uma rendição doce,ao invés de arrebatar-nos a face,provavelmente sentiríamos uma dor,não arrebatadora,uma dor que voltasse nós para fora e dentro de nós mesmos,o cheiro da morte seria apaziguador,e não áspero.
           Contudo a desgraça sugere que suas mãos não necessitam de esforços para se fazer presente e contínua.
            E a natureza não inversa sarcasticamente enfrenta um ato provável e aparentemente conturbado.
            E ainda que seja isto o que dizem os clichês,presenças não morrem.Lembranças que foram sensações intensas não esvanecem.Talvez um dia.
            E mesmo quem não ouviu seus murmúrios,murmúrios da morte,mesmo atingidos,os ouvirão em breve.Provavelmente.



terça-feira, março 23, 2010

Deveras...?


Aos olhos humanos,nenhuma adoração é prisão,ser sem correntes é liberdade,satisfação é luxúria,contradição é ato.Então,ser ser humano não vale a exaustão.


A exaustão do ato,a exaustão do instante,a exaustão do amor,a exaustão da dor,a exaustão do ódio, a exaustão da indiferença,a exaustão da liberdade, a exaustão do ardor, a exaustão do som , a exaustão dos versos,a exaustão dos sonhos, a exaustão das facadas,a exaustão dos cigarros,a exaustão do descontrole,a exaustão capitalista,a exaustão de um deus tirano,a exaustão de dar a cara a tapas...

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Ainda que tardia...pressa


  E eu dançava lentamente.E amaldiçoadamente.
Minha intenção proeminente era liberar aquele afã tão ironicamente cheio de ânsia que me arrastava e arrebatava meus sentidos,sempre aguçados.Conseguiria ? Eu nunca havia falhado antes.
Mas este ser humano não parecia tão vulnerável aos meus misteriosos e ociosos mistérios.Talvez fosse isso o meu ponto fraco;eu parecia envolvida em uma aura indefinida que se rodeava a mim como um sombra a ser temida.
     Mas eu poderia assumir várias faces,qualquer disfarce,qualquer atraência que pudesse conceder-me a vitória sobre meu objetivo.Meu desejo que não devia ser corrompido era  a satisfação que me traria o deleite pleno da vitória que me deixaria em pleno ardor.Seria o méu álibi,e meu ápice - nada como um desafio a ser subestimado.
     E nesse momento,encontrei a dúvida,que me afligia ,mas certamente não me venceria.Era um humano,o meu alvo.Ele me temia,mas era  forte ,e aí se encontrava o motivo de querer acertá- lo.Poderia eu agir como um demônio.Ou como uma puritana.Mas seria fraqueza,embora não ajam virtudes mais fortes.Poderia eu assumir a face do impluso,da mentira,da armadilha,da fraqueza,da impunidade,e castigá - lo.Ou até mesmo a face da beleza,da magnificência,da fascinação,da idolatria,dos sonhos.Mas eu não sabia como ele se renderia.O que fizera ele a mim?Ameçava-me,simplesmente por sua existência e se emancipara ao poucos de minhas danças.Mas era algo  fascinante a perspectiva de tolerá-lo.Então eu o deixaria escolher,na minha fraqueza.E eu assumiria a face da plena liberdade,minha melhor opção diante tal ocasião.Sim,e eu saciaria a minha sede.
     Lancei-me admiravelmente sobre o espírito daquele ser humano,nada distinto ,devo dizer,com tamanha dinâmica que a todos poderia surpreender.Mas a liberdade é perigosa,então lancei-me também com o medo banal que detém as pessoas.E alojei-me,desta vez sem nenhuma artimanha.Eu dei as chances,ele faria as escolhas.E o sopro de minha existência estaria sempre ali.
    Ele estava submetido ao teste.E,sinceramente,eu torceria por ele.E o tempo foi passando,mas ele não reconhecia a sua preciosidade,e sem saber,se perdia no espaço limitado que vivia.E eu não podia livrá-lo do medo,já estava nele,quando ele o pode extinguir foi contido,e o herdou para sempre.As chances estavam ali sempre,mas,o calculista,esquecia o porque da existência dos impulsos.E se deixou levar pelo ciclo vicioso do cotidiano,achando que eu seria longa,mas surpreendendo-me concisa.E daninha,claro,pois minha face não é das mais admiráveis.E ele enfim caiu em minha teia de perseguição e sucumbiu.Eu não desejei tanto.Eu só desejavA impactos,e não passagen breves.E pela sua covardia,eu o aniquilei,com vontande,vingando-me pelas oportunidades que ofereci,sucumbi-o com minhas garras, presas, gritos, poderes, fascinações, beleza, fealdade, inquietude,destreza,maldade,entristeci-o em sua vulnerabilidade.e dançando numa fúria tão aberta e evasiva que deixava-me am claro êxtase,ataquei como uma fera que esperou pela vulnerabilidade da presa.
     Sempre dou todos os momentos a quem os deseja ter,e não a quem os decide conter,pois machuca minha breve dignidade.Eu me lanço,e deixo que se lancem sobre mim;é minha maior euforia.Sou a coisa mais magnífica que todos jamais conheceram,mas também a mais monstruosa,quando desacatam-me.Posso ser formal,informal.Mas dito o destino.Escrevo e reecrevo cada erva de cada ser.Alguns intitulam-me ordinária, outros, imprecisa,outros de mera existência,ou inconstante,complexa,incível.Mas,normalmente,chamam-me de vida.E honestamente,posso ser qualquer adjetivo que uma voz me conceder.

E se qualquer ser humano vivesse plenamente sua vida como gostaria de viver,o mundo experimentaria tal impulso novo de alegria que voltaríamos ao esquecido ideal grego,e as enfermidades esvaneceriam.Mas o homem mais forte tem medo se si.