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A imperfeição é bela, a loucura é genial e é melhor ser absolutamente ridículo que absolutamente chato.

domingo, janeiro 23, 2011

18 complexos

Crescer é uma coisa engraçada. Nós nos modificamos. Somos uma pessoa, mas de repente nos tornamos outra.”-O Curioso Caso de Benjamin Burtton

   18 anos não é idade afável!
   Ao contrário.Parece que é preciso desfazer-se de um corpo e modos que te pertenceram por 17 anos - some,substituído,quase.É uma loucura sem a loucura que todo mundo sonha aos 18.Aliás,loucura é o de menos.Que posso dizer:enfrentar a responsabilidade!O acaso,o nada.As mudanças loucas(aí sim!)que surgem,seja na sua mente,senso estilo,gosto musical,opinião cultural,identidade sentimental...Mudança,crua e nua.Não há nem ideologia certa pra viver.Os primeiros meses dos '18' são como TPM: um corpo estranho;bipolar e eloquente.Insegurança diante as (im)possibilidades.Prá lá deste quintal,nada tem fim.O relativismo existencial:chocante;acho que nunca dá pra estar tão metamoforse ambulante.Ora dá pra se sentir a primeira opção em milhares,encantado,como se fosse uma nova invenção.Ora,imprestável,impotente,cobrado.Palavras mais estressantes(ao menos para a maioria,penso):vestibular,ENEM,independência,instabilidade,mudanças.
   E,apesar de tudo o que foi feito,NÃO se é o mesmo!
   Nova consciência,nova juventude.8 ou 80.Crescer.Desta vez,por dentro,Taí uma tarefa no mínimo...excêntrica.Obviamente,um dos grandes começos.Partindo de si,e voltando para si,já que cada um é seu templo,seu álibi,seu porto seguro.Nessa fase,a gente vai driblando as divergências.Lavando o rosto como se isso fosse despir um ato contrário.Acendendo e apagando a própria luz.Mudando os eixos,os planejamentos,as ideias primitivas.Era eu.Só eu.Agora,eu e algo mais que de mim tanto exige.E vou indo.Ou vamos indo,eu e eu.
   Aos mais novos:não desejem tanto os dezoito!Aos '18' ou próximos de: isso passa,eu acho.Aos mais velhos:imagino que entendem,talvez se lembrem,mesmo que memórias sejam traiçoeiras.
   Provavelmente,o fim vai dar em algo.Afinal,os pés já estão sondando a estrada!

terça-feira, janeiro 11, 2011

Indulgência

Dois caminhos a escolher / No fio de uma navalha / Permanecer atrás / Seguir adiante
Joy division,Something must break

   Metamorfoses.as vejo o tempo todo.Aliás,quem não as vê?todo mundo faz,todo mundo sente.afinal,todo humano troca de pele de dois em dois meses.Também se unhas.Pode ser que se recicle.Ou que se decomponha.   
   Mesmo na minha julgada sapiência,minha medíocre lucidez não faz uso de nenhum processo químico que pudesse gerar uma reação.que produzisse espasmos de inconsciência em mim,para que eu pudesse desfrutar do elixir de uma normalidade.Mas,isso,nem com alquimia.Aliás,a intenção dos alquimistas nunca foi transformar ouro em ferro.
   Mas a questão é:sem divagações,não há filosofia que valha,ou prudência que seja prudente.E nem coração que seja inerte.Por isso a importância da divagação,da indagação.Das probabilidades.Enfim:objetividade é ou não é um requisito forte?Que se faz com a pressa,nesse mundo que todo mundo corre feito louco,mal leem teu currículo,te dão um olá automático,nem olham nos teus olhos...
   Insistir sempre na mesma fracassada ideia não faz sentido nem para um persistente,ou um lutador.é que o persistente não questiona a desistência,e o lutador é persistente.Tanto quanto os filmes são mentirosos,e a melhor fonte de ilusão.Ou tanto quanto a música é tão crença quanto religião.Ou como obstinação é delírio,e dos bons.
   É preciso empurrar os seixos morro abaixo,para depois então obter.Um artista nunca contempla sua obra completa,sempre há de lhe faltar um pedaço,o que ficou dentro dele,e que só ele sabe.E sabe só.É a mesma coisa que um espírito em rebelião,mal pode se conter,de tanto que há para fazer,ferir,contrair,sentir.Ou como um coração que se cansa só de pensar que há ainda uma vida quase inteira para continuar na tediosa sístole e diástole.Por isso faz bem pro coração um descompasso.
   Tanto faz a linearidade dos dias:eles mudam contigo.Mudam a alma e o corpo sente as consequências.Os dias te torna o sofredor do ver,o sofredor do crer,o sofredor do ser.Te faz o amador do amor,o amador da inconstância,o amador das contradições e das mudanças.faz sorrir com a dor e exigir do amor.Dá,e tira.Não dá,e tira.
   Quem não ama a tirania da dor,depois de finda...?
   Indulgência sinto mesmo quando vejo que nada possui sentido algum...mas continua crepitando com vitalidade.Há lenha mesmo nas chamas fracas dos dias.Cedo-me mais um sorriso de complacência.Certo,errado,talvez equilibrado,tudo deve estar sendo o que é.Inclusive os corpos famintos,os rumores famigerados,e  as mãos e peitos vazios.


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Texto meio sem pé nem cabeça,mas o melhor que consegui fazer agora...Ah,novo layout,espero que aprovem...